Há mais de 40 anos, Sabrina Grebinski, carinhosamente chamada de “guardiã do luxo” ou “fada das cabeças”, vem encantando o mundo com seus chapéus impecáveis e sua dedicação ao ofício. Desde 1975, quando abriu seu ateliê, Sabrina se dedica, com amor e disciplina, à criação de chapéus exclusivos para grandes festas e eventos requintados, como o Grande Prêmio do Jockey Clube.
Embora os chapéus ainda sejam comuns em países europeus, especialmente nas comemorações sofisticadas e nas ruas durante os meses frios, no Brasil esse acessório charmoso e elegante não é tão utilizado. Contudo, Sabrina é uma das raras profissionais do ramo que resiste com maestria, criando modelos não só para uso pessoal, mas também para desfiles, novelas, filmes e teatro.
O Início da Carreira
A história de Sabrina começa quando, aos 14 anos, no auge dos anos 50, ela iniciou sua carreira como modelo. Desfilando para marcas como Rhodia e algumas grifes no Rio de Janeiro, ela se encantou pelos chapéus que usava nas passarelas. A paixão pelos acessórios foi o que a levou a seguir o caminho da chapeleira.
Aos 35 anos, Sabrina se mudou para São Paulo, onde passou uma década trabalhando como ajudante na chapelaria da vienense Madame Olly, aprendendo os primeiros segredos do ofício. Mais tarde, ao se casar com o médico libanês Gilberto Acar, foi para Paris, onde aperfeiçoou suas habilidades com a renomada chapeleira Solange Brathow, que a ensinou a trabalhar a palha, fazer flores e obter tingimentos perfeitos.






Sucesso no Mundo da Alta-Costura
Ao longo de sua carreira, Sabrina teve a honra de criar chapéus para os mais importantes desfiles de alta-costura, como os de Clodovil, Amalfi, Dener, José Nunes, Guilherme Guimarães e Souto Maior. Com uma técnica refinada e um olhar impecável, Sabrina logo conquistou seu espaço e tornou-se referência no mundo da moda.
Sua carreira atingiu um marco importante com a “gabada” – a técnica que amassa o chapéu para criar curvaturas e formas elegantes. Esse passo foi possível graças aos saberes adquiridos com grandes mestres do ramo, e quando se sentiu pronta, Sabrina investiu em sua própria loja.
A Arte de Fazer Chapéus: Um Trabalho Manual e Perfeccionista
Com 83 anos, Sabrina tem reduzido o número de atendimentos, focando nas noivas, mas não deixa de enchapelar madrinhas e clientes fiéis. Seu trabalho é 100% artesanal, o que exige um processo lento e minucioso. As formas dos chapéus, feitas em crinol, feltro ou palha, ainda são modeladas manualmente em 150 formas de madeira antigas. As flores são feitas uma a uma, e o tingimento – realizado em cores como verde bandeira, roxo, amarelo, vermelho e azul – é feito com esmero, visando sempre o perfeccionismo.
A Realeza e as Grandes Clientes
Sabrina teve o privilégio de criar chapéus para algumas das figuras mais emblemáticas da sociedade, incluindo a icônica Princesa Diana. A embaixatriz Lucia Flecha de Lima, amiga próxima de Lady Di, apresentou Sabrina à princesa, que usou quatro de seus modelos. Sabrina destaca que, para carregar um chapéu com elegância, é preciso personalidade e atitude, e que a realeza britânica tem sido uma grande inspiração para as mulheres que buscam esse acessório para complementar e valorizar seu visual.
Ela também menciona a Princesa Kate Middleton, que é fã dos fascinators – modelos menores, mais discretos, que não escondem o penteado e que se tornaram a versão preferida da duquesa. Sabrina, com seu olhar apurado, aplaude a esbelteza e o bom gosto de Kate.



Ateliê e Aluguel de Chapéus
O ateliê de Sabrina, localizado na Avenida Ceci, 428, no bairro Planalto Paulista, em São Paulo, é um local onde o luxo e a tradição se encontram. Como o trabalho de Sabrina é 100% manual, as encomendas devem ser feitas com três meses de antecedência. No entanto, considerando que 90% das mulheres usam chapéus apenas uma vez na vida, o ateliê também oferece um acervo exclusivo para aluguel, além de serviços de manutenção e restauro dos chapéus.
Para Sabrina, criar chapéus é uma verdadeira arte, e sua dedicação ao ofício e ao atendimento personalizado é o que a torna única. Ela segue encantando o mundo com seu talento, contribuindo para a valorização do chapéu como um acessório sofisticado e atemporal.